Data é comemorada mundialmente neste 1º de maio. Agente funerário José Evaldo da Silva Júnior, de 43 anos: empatia pelas famílias enlutadas Divulgação Passado um ano de pandemia, os trabalhadores ainda seguem se reinventando. A pandemia mudou a sociedade, inclusive quando o assunto são as profissões. Enquanto parte da população precisou se adaptar ao trabalho remoto, outras pessoas precisaram continua atuando presencialmente e redobrar os cuidados para se proteger. Em meio a tudo isso, potiguares ouvidos no Dia do Trabalhador relatam o amor pelas atividades que desempenham. Empatia. Essa é a palavra que José Evaldo da Silva Júnior, de 43 anos, encontrou para definir a sua atuação como agente funerário na Grande Natal. Exercendo a profissão desde 2003, Júnior diz nunca ter passado por situações tão adversas quanto vivenciadas ao longo desta pandemia. “São famílias que perdem seus entes queridos, mas não podem fazer uma despedida como antes. Isso parte o meu coração. Por isso, busco sempre me colocar no lugar do outro, entender a dor, o olhar de desespero e ajudar como posso”, conta. O agente funerário é o profissional responsável pelo primeiro contato direto com os parentes, auxiliando-os nos serviços administrativos que precedem o sepultamento. Júnior, que, antes de ser agente funerário trabalhou como motorista, diz ser apaixonado pela função. Ele foi o responsável por conduzir a urna mortuária de personalidades locais e nacionais, sagrando-se o “último motorista” do escritor Ariano Suassuna; dos cantores Dominguinhos e Reginaldo Rossi; do ex-prefeito de Natal e Parnamirim, Agnelo Alves; do ex-governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza; e do ex-jogador da Seleção Brasileira, Marinho Chagas. “Se alguém aparecesse me oferecendo trocar de profissão, eu recusaria. Amo o meu trabalho. É muito gratificante poder ajudar famílias enlutadas”, acrescenta. Josilvado de Lira, de 53 anos, compartilha do mesmo sentimento. Experiente, trabalha como sepultador há 11 anos. Além de Agnelo Alves, sepultou o delegado aposentado Maurílio Pinto, “o xerife”, como era mais conhecido, e o ex-jogador Gildeixon Clemente, o Gil, morto no acidente aéreo da Chapecoense. Sepultador Josilvado de Lira, de 53 anos: 'faço todos os sepultamentos com muito carinho, sempre respeitando a dor dos familiares' Divulgação “Independentemente de quem seja, faço todos os sepultamentos com muito carinho, sempre respeitando a dor dos familiares. Quando os parentes jogam flores e elas não caem sobre a urna, faço questão de pegá-las e colocá-las em cima. Essa é uma forma de prestar minha homenagem para aquela pessoa que estou sepultando e que foi importante para alguém”, diz Josivaldo, colega de trabalho de Júnior no Grupo Morada. Educação física na internet Bruno Rafael, de 29 anos é profissional de educação física. Ele sempre foi apaixonado pela dança e a vontade de atuar profissionalmente ficou ainda mais forte há pouco mais de 10 anos, quando ganhou a oportunidade de dar aulas de dança na academia em que trabalha, em Natal. Com o incentivo da academia, cursou Educação Física, tornou-se estagiário e segue como professor de dança e personal trainer na Bodytech Tirol. “Meus alunos não querem dançar por dançar. Eles dançam por terapia, para desestressar. Isso é muito gratificante. Sinto-me realizado”, afirma Bruno. Bruno Rafael, personal trainer, passou a dar aulas de dança pela internet, durante a pandemia Divulgação A paixão pela profissão levou Bruno a migrar seu projeto presencial “Se for dançar me chame” para o digital, ajudando pessoas a superarem os obstáculos impostos pelo período pandêmico. As aulas acontecem em lives em um perfil privado no Instagram que leva o nome da iniciativa. A novidade já alcançou mais de 300 alunos de diferentes regiões do Brasil e de países como Canadá, Noruega, Orlando e Portugal. A professora da Educação Infantil Lenilma Martine, de 48 anos, foi outra que precisou se reinventar para continuar dando aulas e atender as demandas dos alunos. No ensino remoto, contou com a ajuda da mãe, do esposo e da filha de 10 anos para organizar cenário, gravar e editar vídeos pelo celular. “No começo, foi desafiador demais. Quando pensei que já estava dominando as técnicas, vieram as aulas ao vivo com o ensino híbrido”, detalha a educadora. Lenilma Martine, professora da Educação Infantil, teve que se adaptar ao ensino em formato híbrido. Cedida Sem computador em casa que suportasse as ferramentas de aulas ao vivo e sem condições financeiras para adquirir um, Lenilma recebeu o apoio de um amigo, que a emprestou um notebook, e da escola em que trabalha, o Colégio Nossa Senhora das Neves, que cedeu um computador de mesa, para continuar suas aulas aos alunos do nível 5. “Apesar de todas as dificuldades, não consigo me enxergar fazendo outra coisa a não ser ensinar e aprender. Porque a mágica de tudo é perceber que quando ensinamos, aprendemos mais ainda. E essa pandemia tem me ensinado isso. Todo dia eu tenho um aprendizado diferente. Seja na dor, na alegria, no amor, a gente aprende”, diz a professora.
Fonte https://ift.tt/1CaDyo9
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