Pesquisa também revela aumento do consumo de bebidas alcoólicas e que mais jovens estão insatisfeitos com seus corpos. Camisinha é o contraceptivo mais indicado para proteção contra o HIV Mariana Raphael/Saúde-DF Em dez anos, caiu o percentual de uso de preservativos entre adolescentes natalenses durante as relações sexuais. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dentro da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Os dados também apontam um maior contato dos jovens em idade escolar com as bebidas alcoólicas. A pesquisa compara dados colhidos entre 2009 e 2019, mas que só foram divulgados nesta semana pelo instituto. No último levantamento, apenas 61,8% dos estudantes potiguares disseram ter usado preservativo na última relação sexual. Em 2009, esse percentual chegava a 68,2%. Em 2012, o índice chegou a 74,2%. Quando avaliados os índices apenas das escolas particulares, em 2019, apenas 43% dos estudantes pesquisados dizem ter usado preservativo na última relação sexual. Em 2009, esse percentual era de 75%. Uso de camisinha nas relações sexuais cai entre adolescentes Entenda e tire dúvidas sobre o início da vida sexual Nas escolas públicas, em 2019, 64% dos adolescentes disseram ter usado preservativo. Em 2009, o percentual foi de 65,5%. A pesquisa foi realizada com adolescentes de 13 e 15 anos e levantou informações acerca dos fatores de risco e proteção para a saúde dos estudantes. Isso Tem Nome: entenda o que é stealthing, o ato de retirar a camisinha discretamente e sem aviso prévio durante a relação sexual Insegurança quanto ao próprio corpo Ainda de acordo com o IBGE, em uma década também houve aumento do percentual de estudantes natalenses que se sentiram insatisfeitos com os seus corpos. Cintura baixa e culto à magreza: por que a moda 'y2k' acende alerta sobre transtornos alimentares? Entre aqueles que se sentiam gordos ou muito gordos, o percentual cresceu de 17,4% para 25,7%. O índice chega a 29% quando consideradas apenas as meninas que se sentiam gordas ou muito gordas. O percentual dos alunos potiguares que se consideravam magros ou muito magros também teve um aumento, indo de cerca de 23% em 2009, para 29% em 2019. Consumo de bebidas alcoólicas aumenta O consumo de bebidas alcoólicas entre adolescentes e pré-adolescentes se tornou mais comum em Natal, segundo o IBGE. Cresceu de cerca de 49% em 2012 para 55% em 2019. O percentual foi maior entre as meninas, que saíram de 51% em 2012 para 59% em 2019. Para os meninos, o indicador foi de 47% em 2012 para quase 51% em 2019. Ainda segundo o instituto, o contato com bebidas alcoólicas por parte de estudantes de escolas públicas é maior, quando comparado com os de instituições particulares. Em 2012, 50% dos estudantes das escolas públicas disseram ter consumido bebidas alcoólicas pelo menos uma vez; em 2019, esse percentual subiu para 60%. Nas escolas particulares, houve uma redução de 2% entre 2012 (48%) e 2019 (46%). Consumo de bebida alcoólica entre alunos do 9º ano aumenta Maria Ana Krack/PMPA Cigarros Por outro lado, os adolescentes da capital potiguar estão entre os que têm menor contato com cigarro, na comparação entre as capitais brasileiras. Em 2009, 19,3% dos jovens natalenses disseram ter experimentado cigarro ao menos uma vez. Em 2012, esse percentual chegou ao seu menor índice, alcançando 12,9%. Em 2019, embora tenha havido um aumento para 16,7%, Natal figurou como a terceira capital no Nordeste e no Brasil onde os jovens menos experimentavam o cigarro, atrás apenas de Teresina e Aracajú. Em 2012, 22,4% dos estudantes das escolas públicas disseram ter fumado cigarro pelo menos uma vez; em 2019, esse percentual subiu para 23,6%. Nas escolas particulares, houve uma redução de quase 9% entre 2012 (14,3%) e 2019 (5,9%). Estudantes dizem não ter amigos próximos Em 2019, 4,2% dos adolescentes que participaram da pesquisa disseram não ter nenhum amigo próximo. Com esse percentual, a capital potiguar ficou em terceiro lugar entre as capitais do Nordeste e na sexta colocação entre as capitais brasileiras com maior número de adolescentes que não têm amigos próximos. O levantamento também verificou que o percentual de adolescentes em escolas públicas natalenses sem amigos próximos (5,8%) supera em muito os da rede privada (1,8%). Segundo o IBGE, a inexistência de amigos próximos pode ser vista tanto como um sintoma quanto como um fator de risco à saúde mental, especialmente em uma fase de vida em que se espera maior interação social entre adolescentes da mesma faixa etária.
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