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Familiares de presos protestam e fecham BR-101 em Natal; vídeo mostra confusão durante ato



Grupo pede liberação de visitas e alimentação digna para apenados. Vídeo mostra confusão durante protesto de familiares de presos em Natal Uma confusão aconteceu no meio da BR-101, durante um protesto realizado por familiares de presos do Rio Grande do Norte, na manhã desta quarta-feira (15), em Natal. Os manifestantes fecharam parte da rodovia contra o tratamento dado aos presos do sistema penitenciário do estado. A manifestação ocorre em frente ao centro administrativo do governo do estado. Durante o ato, um homem arrancou uma faixa das mãos de manifestantes e agrediu uma mulher que tentou tomar o objeto de volta. Com isso, várias mulheres partiram para cima dele (veja vídeo acima). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de 100 pessoas participam do ato e a via está totalmente interditada no sentido à Zona Sul da cidade desde às 11h. Familiares de presos sentam e fecham trânsito na BR-101 em Natal Lucas Cortez/Inter TV Cabugi O protesto acontece em meio aos ataques criminosos que ocorrem no estado desde a madrugada de terça-feira (14), com disparos de tiros e incêndios contra prédios públicos e veículos, em 28 cidades do estado. Pelo menos 30 pessoas foram presas, segundo a polícia. Nesta quarta-feira (14), o secretário de Segurança Pública, Canindé Araújo, afirmou que os ataques determinados por uma facção criminosa são motivados por exigências de "regalias" como acesso a televisão nas celas, energia, e visitar íntimas. Em inspeções realizadas em novembro de 2022, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) flagrou marmitas com comida estragada a ponto de o cheiro provocar náuseas; presos em tratamento inicial de tuberculose usados como vetor de contaminação para castigar outros detentos saudáveis e casos de reclusão por mais de trinta dias em celas de castigo, além de torturas físicas e psicológicas. "Meu filho está pagando, mas não do jeito que era para ser. Estão tirando o comer deles, dando comer azedo. Estão tirando eles das celas e torturando. A gente compra material de higiene, eles não entregam, estão jogando no mato. A gente não está pedindo regalia não", disse Cristina da Cruz, mãe de um preso. Familiares de presos fazem protesto na BR-101, em Natal. Lucas Cortez/Inter TV Cabugi O MNPCT é um órgão de estado, associado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que tem como objetivo prevenir e combater a tortura, além de outros "tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes". Foi instituído para atender o compromisso internacional assumido pelo Brasil em 2007 com a ratificação do Protocolo Facultativo à Convenção Contra Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU). O órgão colegiado é composto por peritos independentes que têm acesso a instalações de privação de liberdade, como centros de detenção, estabelecimentos penais e hospitais psiquiátricos. Observadas violações, os peritos elaboram relatórios com recomendações às autoridades competentes. Foto tirada durante inspeção do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura mostra presos em posição de 'procedimento' em unidade prisional no RN. Acervo do MNPCT, 2022. As violações constatadas nas inspeções em cinco unidades de privação de liberdade potiguares, entre elas a Penitenciária Estadual de Alcaçuz (palco da maior e mais violenta rebelião do sistema potiguar), serão publicadas em um relatório que está em fase de aprovação pela plenária do MNPCT. O Rio Grande do Norte tem 19 estabelecimentos penais. Desde terça-feira (14), o Rio Grande do Norte sofre com uma onda de ataques que, segundo as autoridades locais, é realizada por uma facção que atua nos presídios do estado.  Na terça, o secretário de Segurança Pública do RN afirmou que os crimes são uma reação a ações policiais que apreenderam drogas e armas nos últimos 15 dias.  Mensagens que circularam nas redes sociais e são atribuídas à facção dominante no estado criticam as condições -- apontadas como "degradantes" -- dentro dos presídios. A Secretaria Estadual de Segurança Pública não descarta que a ordem para a onda de ataques a tiros e incêndios tenha partido de dentro de presídios. O secretário Francisco Araújo afirmou nesta quarta (15) que os ataques foram motivados por exigências de "regalias", como aparelhos de televisão e visitas íntimas, para presos. Foto obtida pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura mostra detento com marcas de balas de borracha. A violência física teria ocorrido como forma de retaliação contra detentos que conversaram com o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Acervo do MNPCT, 2022. Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN


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