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Com dívida previdenciária de R$ 45 milhões, prefeitura de Caicó teme bloqueio de contas



Tema foi discutido em audiência realizada nesta semana na Câmara do município. Sede da Prefeitura de Caicó, na região Seridó, Rio Grande do Norte Sidney Silva A Prefeitura de Caicó, no Seridó potiguar, está com uma dívida previdenciária de mais de R$ 45 milhões inscrita na dívida ativa da União e teme o bloqueio das contas do município. O assunto foi pauta de uma audiência pública realizada nesta semana na Câmara de Vereadores do município. Segundo a atual gestão municipal, a dívida foi gerada a partir da suspensão do recolhimento da contribuição previdenciária dos servidores municipais na gestão anterior, no período de janeiro de 2018 a outubro de 2020. O ex-prefeito confirma que houve compensação de valores, mas disse que a dívida atual foi causada porque a atual gestão não cumpriu prazos para defesa na Receita Federal e não levou a questão ao Judiciário. Histórico De acordo com os dados divulgados na audiência, durante a gestão anterior, uma empresa foi contratada pela prefeitura sem licitação com o objetivo de comprovar a existência de compensações previdenciárias, a partir de uma tese de erro na base de cálculo. Na tese, a prefeitura supostamente teria pago um valor além do devido para a previdência, e o recolhimento que não foi feito entre 2018 e 2020 estaria coberto pelo valor pago anteriormente, que teria gerado um crédito. De acordo com vereadores, o assunto já era motivo de alerta desde a Legislatura anterior, tanto pela forma de contratação da empresa, como pelo fato de a prefeitura ter deixado de pagar a previdência antes mesmo de receber a homologação da receita reconhecendo a existência das compensações. Dívida ativa de 45 milhões do município de Caicó é destaque nas redes A Receita Federal não aceitou o cálculo proposto pela empresa contratada pelo município e o valor inicial do débito, que era de R$ 27 milhões, aumentou para R$ 45,7 milhões, por causa das correções e multas previstas. Parcelamento A opção disponível para parcelamento da dívida prevê entrada de quase R$ 5 milhões e 59 parcelas de R$ 700 mil e é considerada inviável pela atual gestão, que agora aguarda um programa de refinanciamento de dívidas para renegociar o valor e evitar que as contas do município sejam bloqueadas. "Não temos como parcelar um dívida de R$ 45 milhões. Isso é impossível com a atual situação financeira do município. Vamos pedir o adiamento dessa cobrança até que se espere um novo Refis", disse o prefeito Judas Tadeu (PSDB). De acordo com o procurador-geral, João Braz, a Procuradoria do Município trabalha em peças jurídicas para responsabilizar os envolvidos no contrato, considerado por ele "desastroso". Ex-prefeito Procurado pelo g1, o ex-prefeito de Caicó, Robson de Araújo, conhecido como Batata, afirmou que a compensação realizada pelo município durante a sua gestão também foi realizada por outros municípios e que é comum a Receita não acatar a solicitação das prefeituras. Ainda de acordo com ele, a Receita deu prazo para o município apresentar defesa no processo administrativo em 2021, mas a atual gestão teria perdido esse prazo. Além disso, a prefeitura deveria ter judicializado a questão ao ter a compensação negada pela Receita, defende. "Há decisão recente do Supremo dizendo que os municípios podem compensar", disse. O ex-prefeito ainda questionou o fato de não ter sido convidado para participar da audiência pública da última terça-feira (15). Sobre o pagamento feito à empresa contratada na época, Batata disse que o contrato era de receita - ou seja - a empresa recebe de acordo com o valor que consegue compensar. Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN


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